quinta-feira, novembro 06, 2003

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O Kolmolgorov é, foi um turista.
Como qualquer turista insistiu em tirar muitas fotografias.

Mais tarde enviou-me algumas.
Eram aquelas que tirávamos um ao outro, no quarto com as persianas corridas, sem nenhum candeeiro como intruso.

Eu recordo.....na escuridão densa da escuridão,
segurava, afastada de mim, uma pequena vela com uma chama ainda mais pequena, e! e !

e, agora a olhar para o resultado destes momentos, sou eu que sorrio e choro enternecida:

nas fotografias só se consegue ver a vela, o trajecto da chama nas nossas noites e a minha sombra.

No verso da fotografia
K. escreveu
...e assim fez-se luz.


Resultados

já tinha feito a associação (Kolmogorov ,Excelente Sentido de Humor), sim ?

sim.

apropriei-me de uns ditos Kolmogorov e acabamos todos a sorrir.... a rir.
muito afáveis uns com os outros. até parecia que tinhamos estado na terapia do abraço

( terapia do abraço: aquelas acções de formação que toda a gente tem que abraçar toda a gente... para, por exemplo, quebrar possíveis erros de percepção, efeitos de halo ou -hehehehe- realidades)

Eu gosto da terapia do abraço mas não nestes moldes.
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E foi no abraço
que de tão intenso
me assustou
e me acordou
que vi
cheirei
rocei
os cabelos de K.

Perfeitamente equilibrada no sustento dos seus braços.


desde aí...quando K. me abraça, já não estranha

que o meu corpo, devido ao meu abandono, pese o dobro

Ele sorri enternecido, dos movimentos cíclicos do meu pescoço à procura do roçar dos seus cabelos.



Já sei qual é a cor de cabelo do K. S.


sentada em frente a um computador, analiso dados.... Para analisar a normalidade dos resíduos pode-se sempre recorrer ao teste Kolmogorov-Smirnov e aos Q-Q Plots

o Kolmogorov podia ser um turista acidental... utilizariamos o comando Explore e teríamos cuidado com variáveis dependentes e com o ruído(variáveis que não podemos controlar). Louise...Louise... nada de ter cuidado com coisas que não se podem controlar.

retomando o raciocínio, (para que continue o mais rápido possível por aqui o meu trabalho) o Kolmogorov ganhou forma:

sabe Latim (logo, canta para mim em latim)

tem um sentido de humor mas não sabe que o tem ( logo, engasgo-me de riso , o que me faz muitooooo bem)

e descobri qual é a cor do seu cabelo....


( alguém me pergunta sobre os resultados....volto mais tarde Kolmogorov...)






Beijos em silêncio

dar-te num segredo o arrepio que me vem da tua pele. a explosão da alma. o turbilhão de força no teu encontro. certeza de que ali o tempo pode parar. e podemos ficar unidos pelas nossas bocas. nossos corpos. fazendo silêncio.

Comentário do WT que lançou palavras soltas e eu, (ups!) agarrei-as!

Hoje e todos os dias

Se todo o ser ao vento abandonamos
E sem medo nem dó nos destruímos,
Se morremos em tudo o que sentimos
E podemos cantar, é porque estamos
Nus em sangue, embalando a própria dor
Em frente às madrugadas do amor.
Quando a manhã brilhar refloriremos
E a alma possuirá esse esplendor
Prometido nas formas que perdemos.

Aqui, deposta enfim a minha imagem,
Tudo o que é jogo e tudo o que é passagem.
No interior das coisas canto nua.

Aqui livre sou eu — eco da lua
E dos jardins, os gestos recebidos
E o tumulto dos gestos pressentidos
Aqui sou eu em tudo quanto amei.

Não pelo meu ser que só atravessei,
Não pelo meu rumor que só perdi,
Não pelos incertos actos que vivi,

Mas por tudo de quanto ressoei
E em cujo amor de amor me eternizei.

Poesia de Sophia de Mello Breyner Andresen

Um Lugar Lindo, Gracioso, Meigo

um lugar é onde estás ao fim da tarde quando chego cansado do dia. mas com vontade de aprender o fim de tarde. a noite. de aprender o teu perfume. a tua voz. a tua pele. uma nova manhã. mesmo que afinal estejas lá sem corpo. um lugar é a memória essa caixa mágica onde nos fica um mundo inteiro. onde nos ficam os outros. onde nos ficamos nos outros. é tudo aquilo que temos quando estamos sós a boiar no mar bem longe da praia. é o mar todo de almofada. mas há também essa penumbra do lugar. de qualquer lugar. o desconhecido. o medo. mas que seria de nós se tudo soubessemos.


Comentário do Escrita Solta ao meu post anterior.

quarta-feira, novembro 05, 2003

Lugares

Um lugar é menos o que se encontra e mais o que se relembra.

Londres

Ok. Não é NY, para onde vai esta menina.
Mas acabei de saber, que vou estar a próxima semana em Londres, com as despesas pagas pela empresa.

Escusam de me enviar os vossos CV, pois o recrutamento também está fechado.
Sorry.

terça-feira, novembro 04, 2003

Um beijo é um segredo que se diz na boca e não no ouvido

Rostand, Jean

Muitas vezes, a alma parece-me apenas uma simples respiração do corpo

Yourcenar, Marguerite

Tropecei

no citador.

segunda-feira, novembro 03, 2003

Se numa noite de inverno, um viajante

Pensei propor-te um blind-date, mas já não dá. Pensei num jantar, mas já o fizemos. Um jogo de tenis, cansar-te-ia. Eureka, que tal uma happy-hour amanhã junto ao rio?


zero em comportamento

Tenho ido regularmente ver os filmes que aí passam. Hoje vi "Mãe e Filho" do Sukorov. Longos planos a lembrar alguns quadros impressionistas. Irei também ver o Stalker de Tarkovski que é um dos filmes da vida de um grande amigo.

domingo, novembro 02, 2003

kizomba

__________Sera que hoje num ta prova ?
___________Sodade de nos beija
____________Nhum Bon
________________Sirridjádu

::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::Brincadeira d´aós?
::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::Paké Sofrê?

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Enquanto dormes, tu sabes que o meu corpo tapa a luz da manhã para que o teu sono seja sono?

...............Este é um texto repetitivo

Este é um texto sonhado, longe do olhar de toda a gente.

Este é um texto para comemorar um lugar para demorar.

Este é um texto dilatado ocupado com um lugar a salvo onde se pode transbordar e sair de nós.

Este é um texto para partilhar recantos onde desprevenido se recebem abraços.

Este é um texto enlouquecido que guarda vestígios de mim.