quinta-feira, janeiro 13, 2005

Não cheiro a Cebola

Aconteceu na sexta feira. Rabiscava no pensamento uma forma atractiva de prender os ouvintes à minha história. Uma história sobre mudança e liderança. Falaria na 2ª parte. O que não veio acontecer. No intervalo pedi desculpas. lamentei o facto de ter de me ausentar.
Voltei para o Porto e passei pela minha farmácia, não podia viajar sem anti-histamínicos (muitos de nós temos a nossa farmácia, tipo igreja no cuidar da maleita) . Facilmente percebi que umas horas de voo sem fumar ainda se aguentam, dias sem fumar, não. Pegar num cigarro numa altura menos apropriada , poderia equivaler a um tiro certeiro. Adicionei aos anti-histamínicos, pensos de nicotina.
O saco. Sou péssima a fazer sacos. Gosto de consultar o boletim meteorológico. Procurei o bom senso no meio de calçado confortável. A liberdade de nada ter que condizer com nada.
Lá ninguém me esperava.

Não tirei uma única fotografia.
Na procura.
Às vezes pensava que era uma cebola. é uma imagem caricata. Via-me a descascar a cebola. os olhos irritados choravam. Dependia da camada. Quando pensei em nascer. Deram-me (deram?) 3 camadas. endoderme, ectoderme, exoderme. Não me lembro já muito bem se estes eram os nomes. Hoje não sei quantas camadas tenho. Mas sei que a ectoderme sempre me lixou a vida. a justiça não funcionou, nem uma penhora consegui. Consegui foi arranjar um bode expiatório___nada mau. A filha da mãe da Ectoderme.
Na Procura não tirei nenhuma fotografia. Consegui andar à solta no ambiente hostil. por momentos arranjava um canto para descansar. Aí até me esquecia da imagem da cebola.


Voltei hoje. Até posso dizer, voltei ao sétimo dia
Dormi 2 horas. às 8H da matina conduzia no trânsito do Porto e voltei ao meu trabalho. Oferecer, dar ou inventar explicações, trabalhar com mais ritmo. A Escrita por aqui vai ter que ser ainda mais lenta. Ou não.

Respiro melhor. respiro muito melhor.