segunda-feira, setembro 27, 2004

Na Córsega como noutro lugar qualquer, ele aproxima-se sempre sem barulho.
Contorcionista do silêncio, promete-lhe que ela nem vai dar pela presença dele.
Ele deixa-a ir virando as páginas__rectângulo, deixando cartões no meio delas com palavras assim
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terceiro cigarro seguido
4 da manhã -->vais dormir 3 horas
continuo a jogar à macaca em casa, para não tropeçar nos teus livros
onde aprendeste a brincar tanto tempo sozinha__(!)
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Ela calada, deixa-lhe na pasta um aviso.
Napolioné: “és rocha de granito aquecida por um vulcão”.
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depois é tempo do riso____________ cócegas de olhares
depois é tempo do virar do corpo______enchendo a vontade

domingo, setembro 26, 2004

Quantas vezes Mosca...Quantas vezes Abelha

Se se meterem numa garrafa meia dúzia de abelhas e outras tantas moscas, e se se deixar a garrafa deitada no sentido horizontal com a base voltada para a janela, chega-se à conclusão de que as abelhas persistem, até morrerem de exaustão ou de fome, na tentativa de descobrir uma saída através do vidro.
As moscas, em menos de 2 minutos saem todas através do gargalo do lado oposto...É o seu amor pela luz(das abelhas), é a sua inteligência, que as não deixa fazer uma experiência. Evidentemente que elas imaginam que a saída da prisão tem de ser po onde a luz brilha com maior intensidade, e agem de acordo com esse princípio, persistindo numa acção demasiado lógica...Entretanto, as moscas, sem grande capacidade cerebral...voam de um lado para outro, indo de encontro à boa sorte que muitas vezes aguarda os simples onde os mais sábios perecem, e acabam por descobrir a saída salvadora que lhes devolve a liberdade.
Karl Weik, Cit. por Peters & Waterman