sábado, abril 17, 2004

salto

eu e a thelma. a thelma e eu no Senegal. uns dias. os sentires do nosso salto, mais tarde. agora as vossas palavras. é bom. beijos

o João diz...

Aprenderemos a respirar pelas fissuras da parede, pergunto.
O corpo esqueceu-se de parar e agora está dos dois lados da cortina.

Duas peles separadas.
A curva das costas, os olhos, nariz, talvez tambem a boca, do outro lado as mãos no prolongamento dos dedos, os braços desunidos, o movimento determinado do desdobrar as pernas num impulso.

Quando tudo se torna tão insuportávelmente leve encosto-me à cortina e chamo-lhe parede.
Sombra, talvez, quando o sol é tão quente. Ou tão frio como o medo.
Antes de me fundir na pedra a luz que atravessa as fissuras risca-me a pele, corta-me o corpo. Aquece-me essa carícia de lâmina, implacável. Aquece-me esse momento em que me despeço das partes do corpo, talvez as minhas moléculas se transformem em anjos que atravessam as fissuras da parede, de um lado e outro.
Talvez o medo seja o desejo antes de nascer,

Ou talvez apenas duvidar da saudade.

Chamo-lhe então cortina, talvez exista saudade, talvez a memória saiba tecer o espaço entre os fios e nós.

Talvez afinal te abraçe e os anjos sejam enfim corpo.
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e o troblogdita....
. ...e muitas vezes só paramos quando esbarramos em nós próprios. Mas essa rota de auto-colisão traz também a bonança do reencontro com o corpo: esse portador e transportado, limite e desafio, referência e redundância...
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e a Isadora...
o corpo, cansado, aninhou-se na memória, enroscou-se na imagem de uma noite e adormeceu, exausto.
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e a Eugênia...
beijada a memória, resgata-se também o que não é memória? surge um hoje insuspeito, mas desejado? : )
beijos
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e a Filipa...
Como são bons e estranhos os espasmos de memória.
Pedaços inacabados