sábado, abril 16, 2005

Tanto tempo à tua espera, Tempo
Traz um tinto para jantar
as flores intransigentes

não querem mais perder o viço
Traz um arrepio de frio
com direito a um aconchego
a um eu que me esqueci
que ele quer acordar sem pressas
a recordar um Lopes Graça
dissonância da infância
onde não houve cambalhotas
nem a aprendizagem do pino
porque ninguém me segurou os pés lá no alto
e eles hoje pisados de tanto chão
cantam aos olhos enevoados que o Tempo
hoje vem para cear___


(momento de entrega do último trabalho de mestrado, com comemoração inundada de tinto no sangue)